quinta-feira, 12 de julho de 2012

Janeiro de 2011


Eu te vi.

Eu te vi e me lembro claramente como você estava.

Eu te vi de mãos dadas, descendo pela pracinha pertinho da escola com um ar de autenticidade, de juventude inabalável, de beleza constante. Eu também estava de mãos dadas, mas a outras. Na verdade, nem sonhava naquele instante que um dia pudesse dar um aperto na sua mão. Nem sabia que um dia meu rio desaguaria no seu mar de ilusões. Eu te vi na minha casa,mas meu olhar estava obcecado por pretensões de 12 de outubro.

Só que você é franco, tem compromissos demais e sempre é o dono da razão.

Eu te vi antes de papai noel,novamente na minha casa, com blusa amarela ao meio-dia da minha vida e óculos de sol que escondiam seus olhos de mágoa. Eu te vi tão diferente, mas eu sabia que uma força superior criou um liame entre nós. E foi quando eu te vi que eu me revitalizei.

Talvez você nem saiba, mas dali em diante eu descobri que os ares da sala tem o cheiro de Carpe Diem.
Que aquilo que é moral só é moral porque tem uma isca de imoralidade pra contrariar.
Que a maior idade nem sempre é construção de maturidade.
Que a vingança só existe no coração dos fracos.
Que a cada 10 invejosos existe uma pessoa que lhe estende a mão.
Que o sorriso de uma criança é o remédio pra qualquer infelicidade.

Que a única verdade absoluta nesse meio que nos cerca é Deus.

E até hoje, mesmo numa esperança desesperançada, num coração embaçado de sentimentos opostos, num misto de “vida que segue” e “estátua,coração meu!” ,eu sempre ouço aquela voz forte e carinhosa me dizendo: “Ei, psiu moçinha... você é única e tem uma maturidade invejável”, "tenha amor próprio", "Você tem qualidades demais para se reduzir a um estepe na vida de outrem" e por aí vai.

De qualquer modo eu te vi intensamente...  do meu jeito, fotografado pelos meu olhos e a verdade é que, independente de posturas, defeitos e opiniões, eu pude reconhecer um grande amigo.